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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cartas de Amor

 Hoje em dia as pessoas gostam da facilidade e a rapidez com que podem fazer as coisas, e na troca de mensagens não é excepção.Em vez de cartas de papel a moda é ... mensagens enviadas por correio electrónico. Mas onde está o romantismo? Onde está o mistério e a expectativa na espera pela resposta?
Será que neste mundo de facilitismo  perdeu-se a magia do amor?
Na carta em papel podemos escrever uma longa declaração de amor,quente e mais real para a relermos vezes sem conta, devorar cada palavra, cada cheiro e desfrutar de cada batida do coração apaixonado, enquanto se descrevem sentimentos profundos de amor, desejo e paixão.
A beleza da carta não está só nas palavras, mas sim em cada pedacinho de alma que é exposto, partilhado e trocado entre pessoas. O abrir do envelope, o cheiro da carta de papel, assim como a tinta da caneta que foi escolhida  especialmente para a escrita de cada palavra e cada sentimento revelado nela.
Cartas de amor que guardam amores eternos...


Poema de Álvaro De Campos

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.


As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.


Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Rídiculas.


Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.


A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.


(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas).



Carta de Ludwig Van Beethoven (1770-1827)

Para a sua amada imortal


Bom dia, 7 de Julho

Ainda deitado a minha mente suspira por ti, minha Amada Imortal, de vez em quando alegremente, depois tristemente, esperando o Destino, se ele nos ouvir. Só posso viver ou contigo, ou de todo. Sim, decidi estar o mais longe possível, até poder voar para os teus braços e sentir-me em casa contigo, e enviar a minha alma envolta na tua para o reino dos espíritos- sim, lamento, tem de ser. Vais recuperar ao conheceres a minha lealdade; mais ninguém terá o meu coração, nunca- nunca! Meu Deus, porque é que alguém se há-de separar daquela que se ama tanto, sendo a minha vida em W. tão triste. O teu amor fez de mim o mais feliz e infeliz ao mesmo tempo. Na minha idade preciso de alguma estabilidade na vida- mas poderá isso existir para nós? Anjo, acabo de saber que há correio todos dias- devo concluir, para que esta carta te chegue de imediato. Tem calma - ama-me - hoje - ontem.
 Que saudades em lágrimas por ti - Tu - a minha Vida - meu Tudo - até breve. Oh, ama-me sempre - nunca duvides do coração fidelíssimo
do teu amado
L.
Sempre teu.
Sempre meu.
Sempre nosso.





Fontes: imagens web; Cartas de amor de Grandes Homens- Ursula Doyle; Fernando Pessoa- Obras completas

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