BLOGGER TEMPLATES - TWITTER BACKGROUNDS »

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Uma taça feita de um crânio humano

                                                                                    


Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás- pobre caveira fria-
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.





Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!...que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.


Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
-Taça- levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.


Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!


Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.


E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p´ra alguma coisa!...



Lord Byron
(Tradução de Castro Alves)



Fontes: Site spectrum gothic; imagem-Blog leoleituraescrita

0 comentários: